Óleo no Nordeste: o maior desastre ambiental já ocorrido no Brasil

o tamanho do problema

O tamanho do problema: o derrame de petróleo que atinge o litoral do Nordeste já é nosso maior desastre ambiental, o que atingiu a maior extensão até hoje no Brasil. Da ordem de 2.200 quilômetros de costa foram impactados até agora, desde o Maranhão, quase no Pará, até Salvador, na Bahia. Isso já equivale a mais de ¼ da extensão de todo o litoral brasileiro, e em uma região na qual o turismo é uma atividade muito importante.

De onde veio: um estudo da Coppe-UFRJ para a Marinha Brasileira, aplicou uma “modelagem inversa” para reconstruir a trajetória das manchas de óleo, do local onde foram encontradas para trás, até a possível fonte. O modelo indicou que o vazamento ocorreu em alto mar, na altura de Sergipe e Alagoas, numa região que fica entre 600 km e 700 km da costa.

A reação do governo federal: segundo o que relata Bernardo Esteves em podcast da Piauí, ambientalistas e oceanógrafos são unânimes em criticar o governo pela falta de preparo para lidar com este tipo de situação. E não é porque ninguém pensou nisto antes. O Brasil tem, desde 2013, um Plano Nacional de Contingência (PNC) para acidentes com poluição por óleo previsto justamente para remediar situações deste tipo. O Plano foi instituído por um decreto de Dilma Rousseff no seu primeiro mandato. À Piauí, o MMA mandou um recado lacônico dizendo que “os procedimentos previstos no PNC estão em curso desde o início de setembro”, mas o atual presidente do Ibama, Eduardo Bim, disse ontem em audiência no Senado que o PNC foi acionado no dia 11 de outubro, mais de um mês depois dos primeiros sinais do desastre. O Plano manda informar o público sobre o que estaria sendo feito, mas as informações estão sendo tratadas como sigilosas.

 

ClimaInfo, 18 de outubro de 2019.

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