As táticas de Salles na COP25 fracassaram

Salles COP25

Salles forçou os negociadores brasileiros a se esmerarem na projeção de uma imagem negativa do país. Daniela Chiaretti registrou, no Valor, um tuíte da ministra espanhola Teresa Ribera: “Brasil se opõe a que se estabeleça um diálogo sobre clima e oceanos, e sobre clima e solos, à vista dos relatórios especiais do IPCC. Está esmagadoramente isolado”. O país perdeu, e os relatórios do IPCC foram parar no texto da decisão.

O ministro tentou como pôde negociar dinheiro para o país contra posições mais flexíveis por parte do país. Fracassou. Tentou vender a proteção da floresta. Fracassou. Em compensação, viu Indonésia e Colômbia, que apresentaram resultados concretos no combate ao desmatamento, receberem recursos da Noruega, da Alemanha e do Reino Unido, US$ 1 bilhão para o primeiro e US$ 366 milhões para o segundo.

Um editorial da Folha que comentou o papel lamentável do país na COP25, terminou dizendo: “A conferência há de ter ensinado que, para obter êxitos no âmbito global, o país precisa ser levado a sério. Mesmo uma diplomacia mais hábil teria grande dificuldade em reverter a péssima impressão deixada pelos atos domésticos.”

O The Independent, dentre outros, comentou o mau gosto de um tuíte de Salles pós-COP: “O ministro do Meio Ambiente do Brasil, Ricardo Salles, provocou as conversas climáticas da COP25 com a foto de um grande bife (…) O Sr. Salles tuitou a foto com a legenda: Para compensar as nossas emissões na COP, um almoço vegano!”

 

ClimaInfo, 17 de dezembro de 2019.

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