A Aceleração Azul: uma quantificação da pressão humana sobre os oceanos

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A pressão da humanidade sobre os oceanos está se acelerando rapidamente neste século e, segundo um trabalho publicado na One Earth, sem que haja sinais de mudança, sendo que os autores usam a expressão Aceleração Azul para esta expansão. Os pesquisadores do Centro de Resiliência de Estocolmo sintetizaram 50 anos de dados de navegação, perfuração, mineração em alto mar, aquicultura, bioprospecção e muitas outras atividades para avaliar os impactos das atividades humanas nos oceanos. Os pesquisadores dizem que o setor de petróleo e gás é a maior indústria a usar os mares e responde por cerca de ⅓ do valor da economia oceânica. E cerca de 16.000 instalações de dessalinização surgiram nos últimos 50 anos com um aumento acentuado desde 2000, uma tendência que deve continuar acelerando na medida em que a água doce ficar cada vez mais escassa.

Um dos autores, Jean-Baptiste Jouffray, disse: “Se apossar de recursos oceânicos e de espaço não é novidade para a humanidade, mas a extensão, a intensidade e a diversidade das aspirações de hoje não têm precedentes”. Os autores concluem pedindo que se preste atenção para quem está impulsionando a Aceleração Azul, o que está financiando e quem está se beneficiando dela.

A partir do ano que vem, começa a “Década do Oceano” da ONU. Os autores do trabalho disseram que esta é uma oportunidade para avaliar os impactos sócioecológicos e direcionar os recursos oceânicos para a sustentabilidade no longo prazo.

 

ClimaInfo, 29 de janeiro de 2020.

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