Aumenta a frequência de 24 horas seguidas de calor no hemisfério norte

24 horas seguidas

A mudança do clima está intensificando a ocorrência de calor extremo diurno-noturno, ou seja, ciclos de 24 horas seguidas de temperaturas elevadas. Um novo estudo aponta que esses eventos estão se tornando mais frequentes no hemisfério norte durante o verão, e que isso pode ficar pior caso a temperatura média do planeta atinja os 2°C de elevação com relação aos níveis pré-industriais neste século.

Publicado na revista Nature Communications, o estudo analisou a ocorrência de “extremos quentes compostos” (períodos de 24 horas seguidas de calor no verão) entre os anos de 1960 e 2012 no hemisfério norte.

Primeiramente, os pesquisadores buscaram observar a “digital humana” na intensificação desses eventos, realizando uma análise de atribuição que considerou dois cenários: um que contempla todos os fatores que afetam o clima, inclusive emissões antropogênicas de gases de efeito estufa, erupções vulcânicas e variabilidade solar; e um que inclui todos esses fatores, exceto emissões associadas às atividades humanas. A partir disso, eles compararam a frequência e a intensidade desses eventos nos dois cenários.

A conclusão é que apenas o cenário que contempla emissões antropogênicas se aproxima do padrão de ciclos de 24 horas seguidas de calor observado no hemisfério norte entre 1960 e 2012, o que reforça a conexão entre a escalada das emissões relativas à humanidade, o aquecimento do planeta e a ocorrência de eventos climáticos extremos.

Como destaca matéria do Carbon Brief, a intensificação desses “extremos quentes compostos” representa um grande risco à saúde humana, já que reduz o efeito “refrescante” do período noturno, importante para o descanso do organismo humano e sua recuperação diária.

 

ClimaInfo, 17 de fevereiro de 2020.

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