Baterias cada vez mais baratas

10 de março de 2020

Para garantir a transição para matrizes energéticas de baixo carbono, as baterias são peças-chave para o armazenamento da energia produzida pelas eólicas e fotovoltaicas.

Por enquanto, as tecnologias mais promissoras ainda são relativamente caras, embora haja uma clara tendência de redução de preços. A queda passa por três letras: NMC – níquel, manganês e cobalto, metais que são usados no pólo positivo das baterias. Fosse um metal abundante, o cobalto seria o componente ideal. Mas, se não chega a ser raro, sua principal reserva fica no Congo, em área dominada pelas guerras fratricidas e pelo emprego extensivo de mão de obra infantil.

Assim, o caminho apontado por Peter Behr, na E&E News, é o que ele chama de 811 – 8 partes de níquel e uma de cada um dos outros dois metais, posto que o primeiro é muito mais abundante e mais barato. O Brasil tem uma reserva importante de níquel e também de manganês. O problema da mistura de Behr, segundo ele mesmo, é que o metal pega fogo fácil.

A importância do armazenamento de eletricidade é destacada em um trabalho da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), um guia para a correta valoração das tecnologias de armazenamento recém lançado. Os autores entendem que o setor elétrico global não sabe atribuir corretamente o valor do armazenamento e, assim, acaba favorecendo fósseis como o gás natural.

O gás foi batizado como a “fonte de transição”, sem que nunca se diga quando termina esta “transição” e que precisará de térmicas, gasodutos e outras obras que irão durar pelo menos meio século. Seria bom o trabalho ser lido e suas recomendações adotadas pelos planejadores energéticos.

Em tempo: o preço das fontes limpas com armazenagem continua despencando. No começo de fevereiro houve um leilão na Índia para geração renovável acoplada à armazenagem. Os dois ganhadores apresentaram projetos com capacidade de 1,2 GW usando uma combinação de plantas fotovoltaicas, baterias e hidrelétricas reversíveis. A eletricidade das plantas solares já é mais barata do que a gerada em térmicas a carvão. A novidade é que, pela primeira vez em projetos nessa escala, a combinação solar + armazenagem também bateu o carvão. Segundo a PV-Magazine, o MWh elétrico foi vendido a cerca de US$ 56. Para comparar, no último leilão do ano passado, o preço teto das térmicas foi de US$ 72 por MWh. No final, o preço médio das 3 térmicas a gás foi de cerca de US$ 44 por MWh e, apesar de concorrerem, nenhuma a carvão foi competitiva.

 

ClimaInfo, 10 de março de 2020.

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