Ibama, acorrentado e amordaçado

Ibama

Em uma operação contra o desmatamento, fiscais do Ibama acharam 40 toras deitadas no meio da floresta. Estavam próximos dos criminosos, mas foram impedidos de seguir com a operação. Por quê? Porque não podem mais fazer hora extra.

André Borges conta no Estadão que “a origem do problema está nas regras impostas pelo chamado Sistema de Registro Eletrônico de Frequência. Esse programa (…) tem o objetivo de acabar com o registro manual na gestão pública, centralizando tudo no meio eletrônico. A rigor, o sistema permite que seja feito um banco de horas do servidor (…) O problema é a limitação das horas extras que podem ser acumuladas.”

Mas os grileiros e madeireiros que atuam ilegalmente na Amazônia buscam evitar dias e horas de maior movimento, atuando preferencialmente à noite e nos finais de semana, exatamente quando os servidores acumulariam horas extras. Resultado, como dito pelo @fiscaldoibama, é que “o IBAMA, um órgão fiscalizador, de campo, foi amarrado a uma cadeira de escritório.”

Em tempo: a Folha publicou um editorial dizendo que a queda no número de multas do Ibama faz parte do plano do governo de desmontar os sistemas de proteção do meio ambiente: “Mais que inoperância, trata-se de incúria, e deliberada. No último ano já se colheram os frutos dessa política doidivanas, com um aumento de 30% na devastação da Floresta Amazônica. E mais destruição virá pela frente, nessa marcha.”

 

ClimaInfo, 11 de março de 2020.

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