Nuvens de gafanhotos gigantescas vieram de uma tempestade perfeita

Nuvens de gafanhotos

Nuvens de gafanhotos, algumas cobrindo áreas de mais de 3.000 km2 com muitos bilhões de insetos, continuam a varrer o leste da África e se expandir para o Oriente Médio e a Índia. Já é a pior crise desde a década de 60.

Robert Cheke, da Universidade de Greenwich, conversou com a Inside Climate News: “Estou preocupado com a escala da devastação e com o efeito na subsistência humana”, disse, acrescentando que também se preocupava com “a fome iminente”. Com o mundo às voltas com o coronavírus, Cheke diz que os países afetados precisam de dinheiro, equipamentos e materiais para levar equipes de combate até as regiões afetadas.

O gafanhoto do deserto é, normalmente, um animal solitário. Mas sua população explode se, na época de reprodução, o solo está úmido. O ano passado foi anormal em todo o oeste do Oceano Índico, como previsto pelos modelos climáticos. Dois ciclones despejaram muita água enquanto as temperaturas se elevaram fazendo florescer lavouras que forneceram a comida para as primeiras nuvens se espalharem e saírem em busca de mais calor, água e alimento, condições ideais para a reprodução de nuvens cada vez maiores.

A maior concentração está nas Eritreia, Etiópia, Somália e no Quênia. Outra concentração está ao longo do Golfo Pérsico, e há nuvens no Paquistão até a fronteira com a Índia.

 

ClimaInfo, 23 de março de 2020.

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