As distribuidoras de eletricidade estão, hoje, emparedadas entre a queda de receita pela queda do consumo e a obrigação contratual de compra de volumes fixo de energia dos geradores. Para não arcar com o prejuízo, estão pedindo à Aneel autorização para repassá-lo ao consumidor.
O caminho óbvio, só pagar o gerador pela eletricidade entregue, não é bem visto pelo Ministério da Economia. Seus técnicos acham que o sucesso e os preços baixos conseguidos nos últimos leilões se devem às garantias contratuais de receita e que a ameaça de reduzi-la faria com que os preços nos futuros leilões voltassem a crescer. Preferem abrir linhas de créditos para bancar o prejuízo das distribuidoras.
Os geradores endossam as preocupações da ekipekonômica dizendo que têm obrigações para com o BNDES e outros financiadores, e que dependem das receitas previstas em contrato.
Em março, quando as quarentenas mal tinham começado, a demanda caiu 1,5% quando comparada com a de março de 2019. Para este ano, a Moody’s estima que a demanda seja 2% menor do que a do ano passado. O tamanho da encrenca é dado por cenários que preveem uma queda na demanda em abril da ordem de 20%, o que deve se somar a um aumento de 35% na inadimplência. Neste caso, estima-se que o prejuízo das distribuidoras chegue a R$ 20 bilhões.
De qualquer modo, a conta muito provavelmente será empurrada para os consumidores, que pagarão uma energia que não consumiram.
Recomenda-se a coluna de Opinião da Energy Report, da PSR, excepcionalmente aberta neste mês. Os analistas olham para todo o mercado global de energia analisando a queda na demanda e a “guerra de preços (proposital)” do barril de petróleo.
ClimaInfo, 8 de abril de 2020.
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