COVID-19 escancara os efeitos da desigualdade racial nos EUA

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Uma informação preocupante que vem dos Estados Unidos reforça a percepção de que a pandemia está afetando de maneira desproporcional a população, com maior número de vítimas entre setores mais marginalizados.

Na Louisiana, por exemplo, 70% dos mortos pela COVID-19 até agora são negros – os quais, por sua vez, compõem apenas ⅓ da população do estado. Em Wisconsin, em um condado nas proximidades de Milwaukee, mais de 50% dos casos registrados da doença são de pessoas negras, que representam apenas 27% da população local.  Em Chicago, no estado de Illinois, a tendência é a mesma: metade dos infectados são negros, sendo que essa população compõe apenas 30% dos habitantes da cidade. Para a prefeita Lori Lightfoot, a primeira negra a comandar Chicago, essa estatística “é uma das coisas mais chocantes que vi como prefeita”.

Novamente, a desigualdade social é a chave para entender esse fenômeno. Os norte-americanos negros costumam ser mais vulneráveis em qualquer epidemia por alguns fatores comuns no país. Por exemplo, nem todos têm seguro de saúde, muitos são portadores de doenças preexistentes, e, como resultado de uma questão racial implícita, estão mais sujeitos a não terem acesso a testes e tratamentos. Além disso, existe a realidade do mercado de trabalho para os negros nos EUA: uma grande parcela ocupa empregos que não lhes permitem ficar em casa em meio à pandemia de COVID-19. Tudo isso acaba tornando-os mais vulneráveis ao contágio pelo novo coronavírus.

 

ClimaInfo, 9 de abril de 2020.

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