2,4 milhões de hectares ameaçados por novas estradas na Amazônia

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Existem 75 projetos de estradas cortando a região Amazônica, projetos que podem levar ao desmatamento de mais de 2,4 milhões de hectares de floresta. Os projetos ficam no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru e se estendem por um total de 12 mil quilômetros.

Em um trabalho que acaba de sair na PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos EUA, os pesquisadores analisaram os impactos diretos da construção das estradas e os indiretos, vindos da ocupação dos territórios por estas abertos em um horizonte de 20 anos. No Brasil, os 24 projetos analisados podem provocar o desmatamento de 1,4 milhão de hectares.

Maurício Angelo, no Mongabay, escreve que “ao custo total estimado de 27 bilhões de dólares, pelo menos 17% dessas obras violam a legislação ambiental e o direito de Povos Indígenas. Mesmo do ponto de vista econômico, 50% dos projetos trariam perdas financeiras, já que custariam mais para ser construídas e mantidas do que trariam benefícios.” Isso sem contar os esquemas de corrupção, sobrepreço de serviços e equipamentos e os habituais aditivos contratuais.

Os pesquisadores falam da importância do trabalho: “Estudos de viabilidade típicos, quando existem, abordam de forma inadequada os impactos ambientais e sociais e não permitem a comparação entre projetos. Este estudo contribui para a tomada de decisão qualificada ao quantificar os impactos ambientais, sociais e econômicos dos planos de 75 projetos. Demonstra-se que um número menor de projetos em locais cuidadosamente escolhidos melhorariam drasticamente todo tipo de resultado.”

 

ClimaInfo, 14 de abril de 2020.

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