Pandemia pode impulsionar os alimentos artificiais

alimentos artificiais

A procura da origem do atual coronavírus fez ressurgir a discussão do nexo natureza-alimento-saúde. Luís Fernando Guedes Pinto, do Imaflora, lembra no Nexo que, além do corona atual, um outro vírus surgiu recentemente na China e obrigou o país a matar grande parte daquele que é, ou era, o maior rebanho suíno do mundo. Isto fez aumentar nossas exportações, aumentar nosso rebanho e nossa produção de grãos. Mais área plantada cria pressão na floresta “que impacta a biodiversidade e o clima. A redução da biodiversidade causa desequilíbrios ecológicos, aumenta o risco biológico e o surgimento de doenças.” Para o autor, este ciclo é só mais um exemplo de que a imbricação da economia com a ligação natureza-agricultura-alimentação-saúde só se acentua. Para ele, uma das maneiras de desenhar uma nova relação passa pela redução da proteína animal na dieta humana.

Luis Fernando também se preocupa no artigo com a nova onda da carne artificial: “Uma mudança mais radical é uma aceleração da preferência por carne e comida artificial. Essa implica no rompimento da conexão comida-natureza, alimento-agricultura, e elimina a figura do agricultor e do produtor rural (…) Vem com a promessa de longo prazo de entrega de alimentos seguros, saudáveis, saborosos, baratos e sem impacto ambiental. Como agrônomo, essa opção não me agrada. O meu ideal é continuar comendo algo natural, que resulte do plantio de uma semente na terra e da fotossíntese.

Para quem se interessar, vale a leitura de um outro artigo, este de Farah Master, para a Reuters, colocando a mesma questão desde a perspectiva asiática.

 

ClimaInfo, 23 de abril de 2020.

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