O desmonte dos órgãos de meio ambiente e seu aparelhamento pela PM de São Paulo

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Salles deu mais alguns passos no desmonte do Ibama na semana passada. Depois da demissão do Diretor de Proteção Ambiental, Olivaldi Azevedo, o ministro do meio ambiente exonerou o coordenador de operações de fiscalização do Ibama, Hugo Loss, e o coordenador-geral de fiscalização ambiental, Renê Luiz de Oliveira. Este último foi substituído por Leslie Tavares, quem, logo no primeiro dia, mostrou a que veio: devolveu duas balsas apreendidas em operações contra garimpos irregulares, a despeito de uma decisão judicial contrária.

Para os lugares de Azevedo e Loss, Salles colocou dois coronéis da reserva da Polícia Militar de São  Paulo, Olímpio Magalhães e Walter Magalhães. Ambos comandaram a Rota, a mais truculenta tropa da PM de São Paulo, relata Fabiano Maisonnave na Folha.

Rafael Neves e Eduardo Goulart de Andrade, no The Intercept Brasil, acrescentaram: “Com as novas mudanças, Salles consolida um movimento que começou em janeiro de 2019, início do governo Bolsonaro. Lentamente, o ministro tem tirado servidores de carreira de posições de comando e instalado sua tropa de choque no lugar deles. Mais de 20 ex-PMs já foram nomeados. Além do poder crescente sobre o Ibama, eles chefiam uma secretaria do ministério e controlam toda a diretoria do ICMBio, órgão que faz a proteção das unidades de conservação federais brasileiras.” Vale ler a matéria, que conta como Salles aparelhou seus órgãos com oficiais da PM.

Daniele Bragança, n’O Eco, também escreveu a respeito e publicou os dois atos de exoneração de Loss e Oliveira. Rubens Valente, no UOL, conversou com gente que trabalhou com os dois exonerados.

 

ClimaInfo, 4 de maio de 2020.

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