Amazônia vive tragédia humanitária

tragédia humanitária

De todas as principais áreas afetadas pela pandemia de COVID-19 no Brasil, a situação do Amazonas é a mais dramática. No domingo (17/5), o estado atingiu a triste marca de 20 mil casos confirmados da nova doença, com mais de 1,4 mil mortos desde o começo da crise. O principal foco segue sendo Manaus, mas aos poucos o coronavírus está adentrando em comunidades afastadas, o que traz complicações para quem busca tratamento e para os profissionais de Saúde Pública, que já trabalham em condições muito distantes das ideais.

O interior do Amazonas já concentra quase a metade de todos os casos de COVID-19 no estado, mas apenas a capital possui leitos de UTI. Os pacientes em situação mais delicada precisam ser deslocados até Manaus, o que cria um verdadeiro pesadelo logístico. Como Fabiano Maisonnave relata na Folha, falta estrutura e recursos para que todos os pacientes com necessidade de cuidados intensivos possam ser transferidos. À medida em que a pandemia adentra a floresta e chega a comunidades a mais de mil quilômetros de Manaus, o cenário se torna mais dramático para a rede pública de saúde, colapsada desde o mês passado.

No Repórter Brasil, Diego Junqueira fala da disseminação da COVID-19 nas comunidades indígenas da Amazônia, facilitada pela falta de planejamento do governo federal para a realização dos pagamentos de benefícios sociais, especialmente o auxílio emergencia de R$ 600. Para que as pessoas possam receber o dinheiro, precisam deixar as aldeias e ir até as cidades, onde encontram longas filas nos bancos, com grande aglomeração de pessoas, o que aumenta o risco de voltarem infectadas para suas comunidades.

Para reforçar os pedidos de ajuda internacional, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) fez um apelo para que toda a sociedade se mobilize para uma ação urgente e unificada na Amazônia.

Do outro lado da fronteira com a Colômbia, a situação é similar. O Ministério do Interior daquele país anunciou o isolamento total e obrigatório do Departamento do Amazonas, na fronteira com o Brasil, até o dia 30 de maio por conta da explosão no número de casos de COVID-19. Segundo Bogotá, essa região é a que registrou o maior aumento de novos casos nos últimos dias na Colômbia. Em Letícia, cidade que faz divisa com a brasileira Tabatinga, o crescimento foi muito expressivo, indo de 105 no começo de maio para 924 na semana passada.

 

ClimaInfo, 19 de maio de 2020.

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