A destruição humana e financeira causada pela pandemia de COVID-19 tende a intensificar uma situação que já se desenhava na política internacional desde meados da década passada: um recrudescimento das desconfianças entre os governos alimentados pela frustração com o modelo democrático liberal e pela retomada do autoritarismo populista.
“O vírus ampliou fissuras que já vinham se abrindo antes do surgimento da pandemia”, observa Nick Wadhams na Bloomberg. E ele segue: “O bate-boca entre EUA e China sobre a origem e as medidas de reação contra o vírus agora ameaça o acordo comercial que poderia ajudar o mundo a se recuperar. Uma luta sobre a distribuição de uma eventual vacina está dividindo aliados. E a ONU foi colocada de escanteio, enquanto governos autocráticos intensificaram os ataques às liberdades civis”.
Wadhams cita o Brasil ao explorar como a falta de informação exata sobre a pandemia está causando rachaduras nos relacionamentos entre países vizinhos. O comportamento irresponsável do governo Bolsonaro no enfrentamento da crise levanta preocupações regionais sobre eventuais contágios nas fronteiras, o que força esses países a tomar medidas como a militarização de suas divisas com o Brasil, caso da Colômbia.
O artigo de Wadhams está disponível em português no Valor.
ClimaInfo, 19 de maio de 2020.
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