Ricardo Salles se envolveu em mais uma polêmica. A história da vez é contada por Gustavo Uribe e Daniel Carvalho na Folha: o Ministério do Meio Ambiente lançou uma licitação para locação de carros blindados a serem usados em deslocamentos oficiais. De acordo com o termo de referência, os veículos devem ser SUVs a diesel com tração nas quatro rodas e vários ítens de luxo. O custo: pouco mais de R$ 1 milhão.
O MMA justifica a licitação dizendo que “ao desempenhar suas funções laborais, o senhor ministro teve sua integridade física ameaçada, bem como a dos integrantes de sua comitiva”. A recomendação para o aumento da segurança do ministro teria sido feita pela Polícia Federal por conta de episódios como uma tentativa de agressão por manifestantes em um evento em Porto Seguro (BA) no começo do ano passado. A assessoria de Salles cita também uma reportagem da Veja que falava de um “grupo terrorista” que teria feito ameaças à vida do presidente Jair Bolsonaro e à de diversos ministros.
Enquanto isso, partidos de oposição ao governo Bolsonaro ingressaram ontem (1/06) com uma representação junto à Procuradoria Geral da República pedindo que o ministro seja investigado e afastado de suas funções. Salles é acusado de cometer crimes de responsabilidade e improbidade administrativa.
O pedido, assinado por parlamentares dos PSOL, PCdoB, PT, PDT, PSB e Rede, reuniu diversos episódios desde que Salles assumiu a pasta do Meio Ambiente, e destaca sua fala na reunião ministerial de 22 de abril passado, quando defendeu o aproveitamento da pandemia pelo governo para “passar a boiada” para flexibilizar a legislação ambiental.
Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF) também ingressou com pedido de inquérito contra Salles pelas mesmas razões.
ClimaInfo, 3 de junho de 2020.
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