Adiamento de negociações climáticas coloca em xeque o futuro dos mercados de carbono

COP26 mercados de carbono

O adiamento da próxima Conferência do Clima (COP26), programada originalmente para acontecer em novembro deste ano em Glasgow e remarcada para 12 meses depois por conta da pandemia de COVID-19, colocou projetos de redução de emissões em países em desenvolvimento em um “limbo”. Isso porque, sem definições sobre o futuro dos mercados de carbono sob o Acordo de Paris, não existe qualquer tipo de sinalização de futuro para esses projetos.

No ano passado, as negociações em torno do Artigo 6 do Acordo de Paris, que prevê o uso de instrumentos de mercado – como a compra e a venda de créditos de carbono – como mecanismo para viabilizar a redução de emissões, fracassaram na COP25 de Madri por desentendimentos puxados principalmente pelo Brasil. Sem um entendimento, esperava-se que esse tema voltasse à mesa de negociação neste ano na Escócia, mas, com o adiamento da COP26, não haverá qualquer definição sobre os mercados de carbono no curto prazo.

Em tempo: Segundo um relatório do Banco Mundial que saiu no mês passado, existem 31 mercados de carbono operando atualmente em países ou em entes subnacionais, funcionando ou em preparação, todos fortemente baseados em tetos de emissão para setores carbono-intensivos de suas economias. Dentro das negociações climáticas, discute-se como padronizar estes tetos ou equivalentes para que haja trocas internacionais. Também se discute a aceitação de projetos de redução de emissão.

 

ClimaInfo, 8 de junho de 2020.

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