Retomada do carvão na China pós-pandemia ameaça objetivos climáticos globais

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Em 2010, o governo chinês investiu pesado na geração de energia elétrica por usinas térmicas a carvão para recuperar a economia do país após a crise financeira internacional de 2008. Ao que tudo indica, a aposta de Xi Jinping para revitalizar a economia chinesa no pós-pandemia segue o mesmo caminho.

Uma das primeiras medidas anunciadas por Pequim para reaquecer a economia do país foi a flexibilização das regras para o licenciamento de usinas a carvão. Apenas no mês de março deste ano, a China liberou mais licenças de operação para esse tipo de usina do que em todo o ano de 2019. Isso pode inviabilizar boa parte dos compromissos assumidos pelos chineses para reduzir emissões de carbono e conter a crise climática.

“Todas essas novas usinas podem emitir até 35,8 bilhões de toneladas de CO2 caso funcionem por 40 anos”, alerta Christiane Shearer, do Global Energy Monitor. Para comparação, a economia global emitiu cerca de 36,8 bilhões de toneladas de carbono no ano passado. “As novas usinas chinesas podem, sozinhas, inviabilizar as reduções na geração elétrica a carvão que o IPCC aponta como necessárias para se conter o aquecimento do planeta abaixo de 2°C, mesmo se o resto do mundo abandonar o carvão até 2030”.

 

ClimaInfo, 10 de junho de 2020.

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