“Boiada” de Salles quer reduzir proteção da Mata Atlântica

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Salles continua “passando a boiada”, mais uma vez sobre a Mata Atlântica: um decreto, que está aguardando assinatura de Bolsonaro, reduz a proteção da Mata Atlântica e facilita a liberação de licenças ambientais para hotéis e condomínios no bioma mais desmatado do país.

Segundo informa o Repórter Brasil, “a minuta enviada por Salles à Casa Civil propõe retirar a proteção de 9 dos 16 tipos de vegetação do bioma”. O decreto, que altera a regulamentação da Lei da Mata Atlântica, “mantém a proteção legal para as formações que são tipicamente florestais e deixa de fora outros tipos de vegetação, como a das ilhas costeiras e oceânicas, as áreas de estepe e savana e campos salinos. O site Direto da Ciência, que também teve acesso à minuta, calculou que essa modificação pode reduzir a área protegida em cerca de 110 mil quilômetros quadrados, que corresponde a 10% do total do bioma — o equivalente ao tamanho de Cuba.”

O governo está “tentando passar a boiada sem ter o ônus de dizer que estão revogando a lei da Mata Atlântica para evitar a repercussão negativa”, afirmou a ex-presidente do Ibama e especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima, Suely Araújo.

Servidores do Ibama e do ICMBio entrevistados pelo Repórter Brasil, “atribuem a redução da proteção da Mata Atlântica a uma pressão do setor imobiliário e hoteleiro, que tem interesse em construir grandes empreendimentos na costa brasileira.”

 

ClimaInfo, 15 de junho de 2020.

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