ONU alerta para maior crise global de insegurança alimentar em 50 anos

crise alimentar

O mundo está muito perto de uma crise alimentar de grandes proporções gerada pelos efeitos de médio e longo prazo da pandemia, alertou a ONU. “Sem uma ação imediata, está cada vez mais claro que teremos uma emergência alimentar global que pode ter impactos persistentes sobre milhões de crianças e adultos”, disse o secretário-geral António Guterres.

Hoje, estima-se que mais de 820 milhões de pessoas estejam no mundo em situação de fome, sendo que a pandemia pode somar outros 49 milhões nessa conta ao longo dos próximos meses.

No último dia 9/6, a ONU lançou um policy brief sobre os impactos da COVID-19 na segurança alimentar e nutricional que destaca três pontos importantes de resposta dos países à insegurança alimentar durante a pandemia. Primeiro, a necessidade de designar serviços de alimentação e nutrição como atividades essenciais, com a implementação de medidas de proteção apropriadas para seus trabalhadores. Segundo, garantir o acesso à alimentação para crianças, mulheres, idosos e grupos de risco. Por fim, o documento recomenda aos países que construam sistemas de alimentação mais resilientes, saudáveis e sustentáveis, para se melhorar a resiliência das comunidades e garantir uma produção que atenda às necessidades de todos, sem impactos ambientais ou climáticos.

Uma análise da FAO, publicada na semana passada, mostra que a pandemia afetou ligeiramente alguns mercados de commodities agrícolas, o que significa que o fluxo de comércio internacional desses produtos ainda não foi impactado da mesma forma que outros tipos de mercadoria. No entanto, ela alerta que a incerteza sobre a pandemia nos próximos meses, com o risco de eventuais novas ondas de contágio pelo coronavírus, exige cautela e cuidado por parte dos governos para evitar o desabastecimento de alimentos em seus respectivos países.

No exterior, Guardian e Bloomberg destacaram o policy brief da ONU e a análise da FAO.

 

ClimaInfo, 16 de junho de 2020.

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