Empresas aéreas querem economizar às custas do clima 

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A Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) decidirá nesta semana se flexibilizará a linha de base média de emissões que orientará o mecanismo CORSIA, montado para permitir a compensação de emissões de carbono pelas companhias aéreas.

Na proposta original, as companhias poderiam comprar créditos para compensar emissões decorrentes de voos internacionais acima da linha de base média de emissões do setor em 2019 e 2020. No entanto, governos e empresas defendem que o CORSIA considere apenas as emissões registradas em 2019, já que a média das emissões em 2020 será afetada pela queda brutal nas atividades do setor nos últimos meses, decorrente da pandemia de COVID-19 e das restrições à circulação de pessoas. Caso isso se confirme, as aéreas podem economizar até US$ 15 bilhões nos próximos anos.

No começo do mês, Estados Unidos e União Europeia manifestaram apoio à proposta de alteração no CORSIA. A Latin American Civil Aviation Commission, que inclui o Brasil, apoiou a mudança. Entretanto, teme-se que isso possa enfraquecer um dos poucos instrumentos aplicáveis a uma atividade econômica que ficou de fora dos compromissos nacionalmente determinados (NDC) dos países sob o Acordo de Paris – a aviação civil internacional.

 

ClimaInfo, 24 de junho de 2020.

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