Europeus apertam o cerco contra a política ambiental de Bolsonaro

29 de junho de 2020

Cinco entidades europeias entraram junto à União Europeia com um pedido de suspensão da tramitação do acordo comercial com o Mercosul por conta do risco apresentado pelo governo Bolsonaro ao meio ambiente e aos Direitos Humanos.

Como informa Jamil Chade, no UOL, o grupo (formado pela Federação Internacional de Direitos Humanos, a ClientEarth, Fern, Veblen Institute e La Fondation Nicolas Hulot pour la Nature et l’Homme) afirma que a UE fechou o acordo sem que uma  avaliação ambiental completa tivesse sido feita, e desconsiderando os Direitos Humanos. Segundo o grupo, a análise ambiental não leva em conta os dados mais recentes sobre desmatamento e as mudanças na governança ambiental. O grupo cita também as propostas de flexibilização da legislação de mineração e regularização fundiária que tramitam atualmente no Congresso Nacional, além da escalada da violência contra os Povos Indígenas.

A rejeição ao acordo comercial é mais um reflexo do desprestígio internacional de Bolsonaro, que começou já no ano passado com a explosão do desmatamento e das queimadas na Amazônia, e que vem se acentuado com a incompetente resposta à pandemia.

Nas últimas semanas, o Brasil vem acumulando críticas de investidores e empresários importantes no Brasil e no exterior, que pedem mudanças substanciais na política de meio ambiente. Em termos financeiros, as empresas brasileiras podem perder o acesso a mais de US$ 20 trilhões das carteiras de fundos de investimento com preocupações ambientais, sociais e de governança (ESG), como destaca o Estadão. Sem contar o prejuízo que o agronegócio, principal motor das exportações do país, pode sofrer caso mercados europeus e norte-americanos se fechem aos produtos do Brasil. José Roberto Mendonça de Barros ressaltou em sua coluna no Estadão o risco real que o setor econômico mais importante da balança comercial do Brasil pode sofrer por causa da devastação ambiental e da miopia do governo brasileiro às críticas vindas de fora.

Em tempo: A bancada do PT na Câmara dos Deputados entrou com ação na Justiça Federal contra o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, por omissão de informações sobre áreas embargadas por crimes ambientais. Na ação, os parlamentares requerem a divulgação imediata dos sobre todos os embargos e autuações ambientais realizadas pelo Ibama desde outubro de 2019. Há oito meses, o governo federal omite essas informações, desrespeitando a legislação sobre transparência de dados relativos à fiscalização de crimes ambientais no Brasil.

 

ClimaInfo, 29 de junho de 2020.

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