Lobby das montadoras quer adiamento de regras de redução da poluição de veículos a diesel

poluição de veículos

O setor automobilístico deve pedir ao governo federal o adiamento por três anos da próxima fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE P8), que prevê até 2023 a adaptação para caminhões e ônibus para a tecnologia Euro 6. De acordo com as montadoras, a crise econômica causada pela pandemia torna impraticáveis as metas e prazos estabelecidos para o programa nos próximos anos.

Vilmar Fistarol, presidente para América Latina do grupo CNH Industrial, disse ao portal Automotive Business que “lançar veículos Euro 6 no momento errado será muito problemático, não só por falta de recursos [para se desenvolver a tecnologia no Brasil], mas porque isso tornará os veículos muito mais caros e impactará negativamente o mercado”. De acordo com Fistarol, o setor estima em R$ 14 bilhões o volume de investimento necessário para se fazer cumprir a legislação sobre emissões de poluentes.

A Anfavea, que representa as montadoras, confirma que está negociando com o governo federal alguma flexibilização nas regras do PROCONVE P8. A associação estima que o setor automobilístico deve sofrer uma queda de 40% nas vendas de veículos novos até o final do ano.

Em tempo: A despeito do pedido de ajuda feito pelo setor automobilístico para continuar produzindo veículos mais poluentes, o Brasil é um dos países com maior potencial de ganho com a demanda global por baterias para carros elétricos. De acordo com relatório divulgado na semana passada pela UNCTAD, as baterias recarregáveis terão um papel importante na transição global para uma economia de baixo carbono, com menos emissões de gases de efeito estufa. O mercado global para bateria de íon-lítio, a bateria mais comum para carros elétricos, deve movimentar US$ 58 bilhões até 2024, bem acima dos US$ 8 bilhões registrados em 2018. O Valor destaca o espaço que o Brasil tem para expandir sua produção de matérias-primas para as baterias, como grafite e manganês.

 

ClimaInfo, 2 de julho de 2020.

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