Degelo do permafrost pode liberar metano, carbono e novos vírus

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As altas temperaturas que o Ártico vem registrando nos últimos meses ameaçam liberar uma quantidade assustadora de gases de efeito estufa para a atmosfera, o que pode complicar consideravelmente o esforço de combate à crise climática. Incêndios florestais na região liberaram apenas no mês de junho cerca de 16,3 milhões de toneladas de carbono, o maior volume desde ao menos 2003, nove vezes mais alto que o registrado no mesmo mês de 2018, de acordo com dados do serviço europeu Copernicus de meteorologia.

Com o calor e os incêndios, o chamado permafrost, o solo congelado característico do Ártico, nunca esteve tão ameaçado como agora. O problema é que, além do carbono e do metano, o degelo do permafrost pode liberar à atmosfera microorganismos que ficaram milhares ou mesmo milhões de anos congelados.

O Unearthed publicou a percepção de alguns cientistas sobre a possibilidade de que novos vírus possam retornar. “A ideia de que uma bactéria possa sobreviver por longos períodos de tempo é definitivamente aceita [pelos cientistas]”, disse Jean Michel Claverie, virologista da Universidade de Aix-Marseille (França). “A dúvida que resta é saber por quanto tempo [elas podem sobreviver]. Um milhão de anos? 500 mil? 50 mil? De toda forma, existem estudos muito bons que dizem que uma bactéria pode reviver do permafrost profundo”.

Ainda não existe certeza sobre os riscos potenciais do degelo do permafrost em termos de ameaças à saúde. No entanto, com a intensificação da crise climática, a probabilidade de enfrentarmos novas pandemias como a de COVID-19 no futuro pode ser alta.

 

ClimaInfo, 7 de julho de 2020.

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