O impacto desproporcional da crise climática sobre as mulheres

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Um novo relatório da ONG CARE mostra que o fardo da crise climática é muito maior sobre as mulheres, o que pode aprofundar e perpetuar as atuais desigualdades de gênero. Mais da metade das 41 milhões de pessoas que foram forçadas a migrar por conta da crise climática em 2018 era composta de mulheres, que sofrem não apenas com a falta de um lar, mas também com os problemas e inseguranças decorrentes desta situação, especialmente em países mais pobres.

O relatório relaciona casos concretos das dificuldades vividas pelas mulheres. Por exemplo, elas ainda sofrem com os efeitos da passagem do ciclone Idai em Moçambique, Zimbábue e Malawi em 2019, especialmente problemas relacionados ao acesso a serviços básicos de saúde, alimentação e higiene e limpeza. Na Etiópia, mulheres que fogem das secas e enchentes acabam sofrendo depois com abusos e violência sexual em abrigos superlotados nas cidades.

Os autores destacam a necessidade urgente de avançar no empoderamento de mulheres no contexto da ação contra a mudança do clima. “O deslocamento forçado é uma das consequências mais visíveis e trágicas das injustiças causadas pela crise climática”, disse Barbara Grantham, presidente e CEO da CARE-Canadá. “A grande maioria dos que perdem suas casas como resultado da mudança do clima vive nos países em desenvolvimento, e a discriminação sistêmica significa que mulheres e meninas sofrem um impacto maior. É essencial que coloquemos essas mulheres no centro das nossas ações”.

 

ClimaInfo, 9 de julho de 2020.

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