A Bayer AG lançou nesta semana um programa-piloto nos Estados Unidos e no Brasil, que pagará aos agricultores pela captura de carbono em suas lavouras. A empresa pretende investir cerca de R$ 29 milhões (€ 5 milhões), beneficiando 1,2 mil produtores rurais nos dois países (500 no Brasil e 700 nos EUA).
No Valor, Marina Salles informa que os beneficiados deverão se registrar na plataforma de agricultura digital da empresa, a Climate FieldView, para que a Bayer possa coletar dados e gerar material para ampliação da escala do projeto. Dos 500 produtores acompanhados no país, 50 contarão com análises mais aprofundadas e terão um contrato de três anos com o programa, para acumularem carbono e, ao final, serem remunerados pelos créditos gerados. A Embrapa vai apoiar a implantação do projeto por aqui, além de dar suporte científico e orientação aos produtores envolvidos.
Em tempo 1: A Marfrig, uma das maiores produtoras e comercializadoras de carne bovina do mundo, pretende desenvolver, ao longo dos próximos cinco anos, um sistema de rastreamento de gado em áreas críticas na Amazônia para reforçar a política da empresa e afastar o risco de contaminação de seu produto por gado criado em propriedades desmatadas ilegalmente. A medida é mais um resultado da pressão recente de investidores e organizações na Europa e nos EUA contra a comercialização de produtos resultantes da destruição ambiental no Brasil.
Folha, O Globo e Bloomberg destacaram a proposta da empresa.
Em tempo 2: As conclusões do estudo The Rotten Apples of Brazil’s Agribusiness publicado na Science sobre a relação entre desmatamento e produção de carne bovina e de soja no Brasil foram questionadas por uma análise da consultoria MB Agro obtida pelo Valor. Para a consultoria, o artigo faz uso de “hipóteses simplificadoras” e traz dados imprecisos, questionáveis ou superestimados.
ClimaInfo, 23 de julho de 2020.
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