A eficácia da precificação de carbono

precificação de carbono

A lógica econômica por trás da precificação de carbono é simples: ao impor um custo para as emissões de carbono, as empresas buscarão mais eficiência em seus processos produtivos, para torná-los menos intensos em carbono. Em última análise, as emissões diminuirão, contribuindo para os esforços globais de mitigação da mudança do clima.

Mas até que ponto isso se sustenta na prática? A questão foi explorada por um estudo publicado no mês passado na Environmental and Resource Economics. A pesquisa analisou dados de 142 países ao longo de mais de duas décadas, 43 dos quais tinham um esquema de precificação de emissões ao final do período estudado. O levantamento aponta que, entre 2007 e 2017, por exemplo, as emissões dos países com modelos de precificação de carbono caíram 2% ao ano em média, contra um aumento de 3% das emissões nos países sem esses esquemas. De acordo com os pesquisadores, desses cinco pontos percentuais de diferença, 2% seriam resultado dos sistemas de precificação de emissões. Assim, o estudo sugere que os países nos quais as emissões são precificadas apresentam taxas anuais de crescimento de emissões de CO2 cerca de 2% menores que os países nos quais as emissões seguem sendo financeiramente desconsideradas.

De acordo com o estudo, a aplicação de um euro adicional por tonelada de CO2 no preço das emissões está associado a uma redução na taxa de crescimento anual de emissões de aproximadamente 0,3%.

Os autores detalharam o procedimento de pesquisa e seus principais resultados no The Conversation.

 

ClimaInfo, 27 de julho de 2020.

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