Sem ação drástica, volume de plástico no mar pode triplicar em 20 anos

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Uma pesquisa desenvolvida pelo Pew Charitable e pelo think tank britânico SYSTEMIQ indica que a quantidade de plástico despejado nos oceanos pode triplicar até 2040, chegando a inacreditáveis 600 milhões de toneladas de resíduos plásticos boiando e contaminando a água, as praias e os ecossistemas marinhos.

O estudo, publicado na Nature na semana passada, defende que a indústria global de plásticos passe por uma reformulação profunda, apoiada no conceito de economia circular, de maneira que o fluxo anual de resíduos plásticos nos oceanos possa ser reduzido em 80% nas próximas duas décadas, ao custo de US$ 600 bilhões. De acordo com os autores, esse custo é cerca de US$ 70 bilhões mais baixo que o “business as usual”, já que diminuiria a produção de plástico virgem.

“A trajetória global está indo na direção errada”, argumentou Nicholas Mallos, da Ocean Conservancy, ouvido pela National Geographic. “Claramente, precisamos repensar fundamentalmente nosso relacionamento com esse material [plástico]”.

Considerando o impacto que a pandemia deve causar no tema, com a explosão no consumo de itens de proteção individual de uso único, muitos deles feitos com plástico, o estudo aponta caminhos interessantes para evitar que os oceanos continuem sendo a lixeira de plástico da humanidade.

Em tempo: O pacote econômico assinado pelos países da União Europeia na semana passada prevê um imposto sobre plástico não reciclável já em janeiro de 2021. De acordo com a proposta, cada estado-membro da UE terá que repassar 80 centavos de euro para cada quilo de plástico não reciclável.

 

ClimaInfo, 27 de julho de 2020.

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