A sobrevivência da Floresta Amazônica está em risco e cientistas se unem para tentar salvá-la

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“Nossa mensagem aos líderes políticos é a de que não há tempo a perder”, disse Carlos Nobre, copresidente do Painel Científico para a Amazônia. “O atual modelo de desenvolvimento está incentivando o desmatamento e a perda de biodiversidade, levando a mudanças devastadoras e irreversíveis. Para que a Amazônia possa sobreviver, precisamos mostrar como este modelo pode ser transformado, de modo a gerar benefícios econômicos e ambientais resultantes de colaborações entre cientistas, detentores de conhecimentos indígenas e suas lideranças, e governos.”

O Painel foi criado sob o guarda-chuva da ONU para ser “o IPCC da Floresta” e congrega 150 cientistas olhando para a Floresta nos 8 países amazônicos, engajados para evitar que ela atinja seu ponto sem retorno (“tipping point”).

Vale dar uma olhada no site do Painel que, além de apresentar seu Comitê Estratégico e seu Painel Científico, discorre sobre considerações-chave para salvar a Amazônia, dentre as quais: sua soberania é intocável, assim como os direitos de seus habitantes; sua salvação é um compromisso global; são necessárias soluções baseadas na ciência; Povos Indígenas são os Guardiões da Floresta; é necessário um monitoramento em tempo real; a restauração da floresta é urgente; e é necessária uma nova economia sustentável que aproveite novas tecnologias e novos conhecimentos.

A OpenDemocracy e o Mongabay comentaram o Painel.

Em tempo:  Shanna Hanbury, no Mongabay, comentou uma pesquisa publicada na Science em abril sobre a relação entre desmatamento e seca na Floresta Amazônica. Olhando para o período entre 2003-14, portanto para as duas grandes secas de 2005 e 2010, os pesquisadores mostram que secas provocam um aumento no desmatamento que, por sua vez, intensifica as secas. Esse padrão circular responde por 4% das secas e um aumento de 0,13% de desmatamento para cada milímetro de chuva à menos.

 

ClimaInfo, 30 de julho de 2020.

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