Petroleiras seguem calculando prejuízo com pandemia e desvalorização de ativos fósseis

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O cenário ainda é muito distante do ideal para a indústria do petróleo, mas o 2º trimestre fechou de maneira menos desastrosa para algumas empresas do setor. Na semana passada, Shell e Total anunciaram prejuízos de US$ 638 milhões e US$ 126 milhões, respectivamente, bem abaixo das perdas projetadas para esse período no mercado. Considerando a depreciação do valor de seus ativos, as duas empresas se desvalorizaram quase US$ 25 bilhões ao todo, por conta da baixa expectativa com relação à recuperação dos preços internacionais do petróleo nos curto e médio prazos.

O preço do barril Brent caiu de quase US$ 70 por barril no início de janeiro para menos de US$ 20 em abril, resultado da retração brutal do consumo por conta da pandemia. Nos últimos meses, o valor se estabilizou em torno dos US$ 40 por barril. Segundo o Financial Times, as empresas conseguiram compensar parte das perdas com renegociações de contratos comerciais com traders de energia.

Já o Inside Climate News destacou que, mesmo com os prejuízos e as perspectivas pessimistas para o mercado de combustíveis fósseis para o futuro, as principais companhias do setor seguem apostando em projetos energéticos baseados em petróleo, gás e carvão. Mesmo empresas que anunciaram compromissos recentes de descarbonização, como BP e Shell, também continuam com projetos fósseis nas suas pipelines de investimento.

Em tempo: O Estadão revelou ontem (2/8) que a Petrobras ergueu um “almoxarifado submarino”, com milhares de maquinários e tubulações de suas plataformas de petróleo, que ocupa uma área maior que a da cidade de Florianópolis (SC). De acordo com o jornal, a estrutura não conta com nenhum licenciamento ambiental e vem sendo analisada sigilosamente pelo Ibama, a pedido da Petrobras. Segundo técnicos do órgão, o lançamento e o recolhimento desses equipamentos vinham causando “impactos algumas vezes superiores à instalação de um sistema de produção típico, sem qualquer avaliação prévia de alternativas locacionais e tecnológicas e sem qualquer medida de controle ou monitoramento”.

 

ClimaInfo, 3 de agosto de 2020.

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