Veja “entrega” os 10 maiores desmatadores da Amazônia

10 maiores desmatadores

Em matéria de capa, a Veja dá nomes aos dez maiores desmatadores da Amazônia, a partir de dados sobre multas aplicadas entre agosto de 2019 e julho de 2020. As propriedades somam multas de mais de R$ 100 milhões – que, no entanto, por conta da lentidão procedimental e a prescrição das autuações, dificilmente são efetivamente cobradas pelo governo federal. As dez propriedades citadas na matéria se concentram em um corredor de desmatamento que vai de Tartarugalzinho, no Amapá, até Paranatinga, no Mato Grosso. A área desmatada total é de 46,6 mil hectares, maior do que a área de Curitiba.

Como destaca a reportagem, mesmo com a cobrança crescente dentro e fora do Brasil do combate ao desmatamento, principalmente feita por investidores e empresários, mudar a mentalidade dos fazendeiros dessa região é o grande desafio a ser superado. “Trata-se de uma cultura arraigada no DNA de certos agricultores, com forte incidência no norte do Mato Grosso e ao sul do Pará, áreas que concentram hoje a maioria dos focos e são objeto de grande preocupação do governo”, diz a matéria.

O texto revela o alto investimento necessário para desmatar, estimado em cerca de R$ 1 mil por hectare derrubado para pastagens, além do caro maquinário necessário para sua realização. Esse investimento criminoso acaba sendo recompensado, especialmente por causa da fiscalização falha e dos recursos infindáveis feitos na justiça, que acabam inviabilizando a cobrança de multas ambientais.

As evidências mostradas pela matéria reforçam a percepção de que, para interromper a destruição florestal, governo e empresas terão que ir além dos compromissos protocolares e das declarações de intenção. “Em vez de negar os fatos, é hora de arrumar a casa, começando pela união contra o desmatamento ilegal e a favor da implementação imediata do Código Florestal”, defendeu Marcos Jank, professor do Insper, em artigo no Estadão. “Agricultores, empresas e associações do agronegócio deveriam ser os primeiros a carregar com força essa bandeira”.

 

ClimaInfo, 3 de agosto de 2020.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

x (x)