Emissões atuais são compatíveis com o “pior cenário” climático futuro

pior cenário

Um novo estudo indica que o pior cenário de aumento de emissões de gases de efeito estufa neste século ainda é a “escolha mais útil” para orientar os governos no planejamento e execução de ações climáticas. Conhecido pela sigla RCP 8.5 (Representative Concentration Pathway, trajetória representativa de concentrações), esse cenário prevê uma concentração média de dióxido de carbono correspondente a um forçamento radiativo de 8,5 watts por metro quadrado em todo o planeta, o que levaria a um aumento na temperatura média global de cerca de 5oC até 2100.

De acordo com o estudo publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences, esse cenário é consistente com as emissões cumulativas de CO2 dos últimos 15 anos, com crescimento anual médio de 1%, e com os compromissos governamentais assumidos pelos países até 2050. Ou seja, o estudo indica que o RCP 8.5, muitas vezes retratado por governos e pela imprensa como alarmista e extremo, está se tornando a perspectiva futura mais realista.

“Para horizontes temporais de curto prazo, acreditamos que [o RCP 8.5] é a melhor escolha [para planejamento e execução de ações] porque ele corresponde até agora às emissões cumulativas”, explicou Phil Duffy (Centro de Pesquisa Woods Hole/EUA), um dos autores do estudo, ao Inside Climate News. “O que aconteceu nos últimos 15 anos tem sido exatamente correlato ao que foi projetado pelo RCP 8.5. Por esses motivos, ainda é um cenário plausível.”

O Climate Home também destacou os resultados da pesquisa.

 

ClimaInfo, 7 de agosto de 2020.

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