As famosas lagoas azuis das Ilhas Maurício, na costa africana no Oceano Índico, estão sendo contaminadas por um grande volume de óleo que está vazando desde a semana passada de um graneleiro japonês encalhado em seu litoral sudeste. O navio carregava mais de 4 mil toneladas de óleo combustível e 200 toneladas de diesel. Acredita-se que pelo menos mil toneladas de óleo tenham vazado para as águas que cercam a ilha principal.
Para as autoridades locais e ambientalistas, o vazamento é uma tragédia ambiental histórica que ameaça o meio ambiente, o bem-estar e a economia de um pequeno país insular que depende em grande parte de seu litoral para sobreviver, por meio da pesca ou do turismo. As Ilhas Maurício abrigam recifes de corais raros, que são visitados por milhares de turistas todos os anos. “Mais uma vez, vemos os riscos do petróleo, que agrava a crise climática e devasta oceanos e biodiversidade, ameaçando os meios de subsistência locais em torno de algumas das lagoas mais preciosas da África”, desabafou Happy Khambule, do Greenpeace Africa, citado pelo The New York Times.
Mais de 400 barreiras foram instaladas para conter o vazamento, mas a instabilidade na estrutura da embarcação ameaça liberar o resto do óleo no mar. Pescadores estão sendo convocados pelo governo para ajudar na limpeza da área. A empresa responsável pelo navio, Nagashiki Shipping, disse em comunicado que está trabalhando para conter o vazamento e auxiliar na descontaminação da área já afetada.
Al-Jazeera, BBC News, Deutsche Welle e The Guardian também repercutiram a crise nas Ilhas Maurício.
Em tempo: A Marinha do Brasil confirmou ontem (9/8) ter recolhido cerca de 500 kg de um material ainda não identificado em uma praia na cidade de Ilhéus (BA). A substância foi achada por moradores na mesma praia onde as primeiras manchas de óleo foram registradas no ano passado, quando um vazamento de origem ainda desconhecida contaminou milhares de quilômetros do litoral brasileiro. De acordo com a prefeitura municipal, o material tem as características gerais de óleo, mas de uma consistência diferente do óleo de 2019.
ClimaInfo, 10 de agosto de 2020.
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