Efeito da pandemia sobre emissões é “temporário” e terá impacto “negligenciável” sobre crise climática

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A queda nas emissões diárias de carbono causada pela pandemia entre janeiro e abril deste ano teve um impacto muito pequeno para a trajetória de aquecimento do planeta. Essa é a conclusão de um estudo publicado na 6ª feira (7/8) na revista Nature Climate Change e liderado pela Universidade de Leeds (Reino Unido).

De acordo com o estudo, a aplicação de medidas de distanciamento social mais abrangentes nesse período reduziu as emissões diárias em 17%, mas essa queda não teria “impacto mensurável” nas temperaturas globais. Isso porque se o planeta retomasse as atividades econômicas normais agora, mesmo com algumas medidas de restrição até o final do próximo ano, as temperaturas médias até 2030 seriam apenas 0,01°C mais baixas que o esperado antes da pandemia.

O estudo destacou também que as condições para a retomada econômica serão cruciais para se definir a trajetória do aquecimento do planeta nas próximas décadas. Segundo os autores, uma recuperação estimulada por incentivos verdes, com uma transição energética mais forte e acelerada rumo a fontes renováveis, poderá evitar um aquecimento futuro de 0,3°C até 2050. “Agora, é tudo ou nada para a meta de 1,5°C [do Acordo de Paris]”, disse Piers Forster, principal autor do estudo. “Esta é uma oportunidade única para realmente se mudar a direção de nossas sociedades. Não precisamos voltar para onde estávamos [antes da pandemia], porque a crise também é a oportunidade de mudar”.

A pesquisa foi destacada no Brasil pelo Estadão, e no exterior por BBC News, The Guardian e The Independent.

 

ClimaInfo, 11 de agosto de 2020.

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