Mourão defende críticas de Guedes a países ricos que “destruíram” suas próprias florestas

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O governo Bolsonaro saiu em defesa de Paulo Guedes depois do ministro criticar a Europa e os EUA por conta da pressão ambiental que investidores e empresários vêm fazendo sobre o Brasil.

Questionado se as palavras de Guedes poderiam atrapalhar o diálogo com investidores estrangeiros, Mourão refutou a possibilidade. “Não é questão de que é o jeito mais adequado. É que às vezes, a gente sofre determinadas pressões oriundas de países que não fizeram o trabalho deles em outro período da história”, disse o vice-presidente, citado pelo G1.

Ricardo Salles repetiu o argumento durante a entrevista para a Jovem Pan. Ele defendeu a “franqueza de Paulo Guedes” e criticou a pressão internacional, especialmente de países doadores do Fundo Amazônia – no caso, Alemanha e Noruega – pois os recursos prometidos seriam “mil vezes” maiores que os efetivamente aplicados nele.

Entretanto, o BR Político ouviu o ex-chanceler Celso Lafer e o professor Oliver Stuenkel (FGV), que avaliaram que a fala agressiva de Guedes prejudica o Brasil e compromete ainda mais a credibilidade do país com seus parceiros internacionais. Nessa linha, Bernardo Mello Franco ressaltou n’O Globo o fato de o “liberal” Guedes recorrer ao nacionalismo para se esquivar de perguntas incômodas. “A antidiplomacia ajuda a afugentar investidores e queimar o filme do Brasil no exterior. Não basta aproveitar a pandemia para passar a boiada. É preciso deixar claro que quem manda na queimada somos nós”, escreveu.

 

ClimaInfo, 10 de agosto de 2020.

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