“Dia do Fogo” faz um ano, e segue impune

Dia do Fogo

Os responsáveis pelo “Dia do Fogo”, que destruiu parte da Floresta Amazônica nos arredores de Novo Progresso, no sudoeste do Pará, em agosto do ano passado seguem sem identificação. Até agora, ninguém foi indiciado formalmente, sendo que a Polícia Civil do PA concluiu o inquérito afirmando que os incêndios foram causados pelo tempo seco, sem apontar suspeitos nem responsáveis.

Como lembrado pelo Repórter Brasil, a hipótese inicial da Polícia Civil e da Polícia Federal – que ainda conduz sua própria investigação, sob sigilo – era a de que o “Dia do Fogo” tinha sido organizado por empresários e fazendeiros de Novo Progresso, que chegaram a ser interrogados e tiveram documentos, celulares e computadores apreendidos. A matéria fala da lentidão do inquérito conduzido pela PF e dos conflitos entre policiais federais e civis no PA ao longo das investigações, o que atrapalhou o andamento do processo.

Outro fator que dificultou as investigações foi a pressão política de alguns dos atores envolvidos no inquérito com deputados e senadores, especialmente na bancada ruralista, e com o governo federal.

Já a Folha escreveu sobre a quantidade muito pequena de multas efetivamente aplicadas em decorrência desses incêndios. Uma investigação do Greenpeace Brasil identificou 478 propriedades onde ocorreram queimadas nessa ocasião, sendo que 207 delas registraram queimadas em áreas de floresta nos dias 10 e 11 de agosto. No entanto, somente 5,7% foram autuadas. Imagens aéreas indicam também que praticamente todas as áreas que tinham florestas e foram queimadas já se transformaram em pasto, e alguns pontos já estão sendo preparados para novas queimadas.

Deutsche Welle e G1 também repercutiram a falta de responsabilização pelo “Dia do Fogo”.

 

ClimaInfo, 11 de agosto de 2020.

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