Bolsonaro visitou Corumbá, uma das cidades mais atingidas pelas queimadas que devastam o Pantanal na 3ª feira (18/8) para inaugurar uma estação de radar da Força Aérea Brasileira. Lá ele não falou dos incêndios, preferindo tecer elogios à ministra Tereza Cristina, quem o acompanhava na viagem, e ao agronegócio brasileiro.
No mesmo dia da visita de Bolsonaro, o ministro Salles sobrevoou áreas afetadas pelos incêndios e reconheceu as dificuldades para combater o fogo. Segundo a Reuters, o avanço do fogo ameaça a rodovia Transpantaneira, a principal da região, sendo que duas pontes já foram destruídas.
A situação em alguns pontos do Pantanal é dramática. Na Rádio Bandeirantes, Yan Boechat comentou que algumas equipes de bombeiros deixaram de combater as chamas e se concentraram em proteger áreas ainda não atingidas pelo fogo, tamanha a dimensão dos incêndios e a dificuldade para apagá-los. “É um cenário de destruição muito impressionante”, disse Boechat. “Me lembrou muito quando estive na Ucrânia, em 2016, na guerra entre os separatistas, que disparavam bombas incendiárias para destruir a vegetação e deixar claro onde estavam”.
A Agência Brasil usou dados do INPE para mostrar que o número de focos de queimadas registrados no MS entre 1º de janeiro e o último domingo (16/8) já é 74% superior ao total verificado no mesmo período em 2019 – 5.959 sinais de calor neste ano, em comparação com 3.415 no ano passado.
Também a partir de dados do INPE, o G1 informou que Pará, Amazonas e Mato Grosso são os estados com o maior número de focos de calor em agosto deste ano. Juntos, eles representam 60% das queimadas registradas em todo o país no mês. A Amazônia é o bioma com a maior quantidade de pontos de calor, mas em termos de área atingida, o Pantanal é o mais afetado.
Em tempo: Segundo a senadora Simone Tebet (MS), Mourão se comprometeu a trabalhar pela ampliação do escopo de atuação do Conselho da Amazônia, de modo a incluir também o Pantanal. A ampliação do escopo deve ser informal, com o uso de tropas envolvidas na Operação Verde Brasil 2.
ClimaInfo, 20 de agosto de 2020.
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