Para aqueles que conhecem a fundo o Pantanal, a dor causada pelo avanço inclemente do fogo vai muito além da queimada em si – o impacto é mais profundo. “Foi muito triste e desesperador ver tudo isso. Estou sem chão ainda. Só quem está vendo de perto para ter noção”, contou a pescadora Enilza Silva, que testemunhou o fogo nos arredores de Cáceres (MT) no último sábado (15/8). “Os bichos desesperados sem saber para onde ir, outros já mortos. É desesperador”. A fala de Enilza foi repercutida pelo blog do Ancelmo Góis n’O Globo.
Para quem está na linha de frente de combate às queimadas, a experiência também é chocante. “A gente pode ter feito tudo, mas às vezes o vento muda e joga uma fagulha a 100 metros”, disse o tenente Rodrigo Bueno, do Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul, à BBC Brasil. ”A coisa que mais choca é a sensação de impotência”.
A rotina de trabalho dos brigadistas no Pantanal é extenuante, com jornadas que chegam a virar o dia dependendo da situação. O desgaste físico e mental tem sido muito forte.
A Deutsche Welle fez um panorama da situação das queimadas no bioma, ressaltando que o fogo já consumiu mais de 10% do território do bioma, além de ter impactado os ecossistemas e refúgios de espécies ameaçadas de extinção.
Em tempo: O presidente do ICMBio, coronel Homero Cerqueira, pediu exoneração do cargo. Segundo apuração preliminar d’((o))eco, Salles teria desautorizado equipes do ICMBio em sua visita ao Pantanal, o que teria gerado o descontentamento de Homero. Não é a primeira vez que Salles desautoriza presidentes do ICMBio em viagens e que o constrangimento termina com pedidos de demissão.
ClimaInfo, 21 de agosto de 2020.
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