Ilhas Maurício: ONU alerta para impactos de vazamento de óleo sobre corais de recife

24 de agosto de 2020

Há exatamente um mês, as Ilhas Maurício sofrem com o derramamento de óleo causado por um navio cargueiro japonês que se chocou contra um recife. A região afetada pelo vazamento abriga uma das áreas de coral mais protegidas e delicadas do mundo, o que causa preocupação sobre o impacto do óleo sobre os ecossistemas marinhos. Somado ao desastre ambiental, o país pode sofrer também um enorme prejuízo econômico, já que 36% do produto interno bruto das Ilhas Maurício são decorrentes do turismo ecológico nos corais e da pesca no litoral.

Ironicamente, as Ilhas Maurício eram até agora um exemplo de prevenção de derramamento de óleo na África. O país foi um dos primeiros a ter um plano de contingência para derramamento de óleo, ainda em 1990, feito com apoio do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização Marítima Internacional (OMI). The Africa Report fez uma análise sobre o nível de preparo local para lidar com esse acidente e as dificuldades práticas enfrentadas nas últimas semanas.

O PNUMA, por sua vez, destacou que o incidente nas Ilhas Maurício é representativo da vulnerabilidade dos ecossistemas e habitats marinhos, como manguezais e corais, à exploração de combustíveis fósseis. “Os recifes de coral são os ecossistemas de maior biodiversidade no oceano, abrigando aproximadamente 25% das espécies marinhas e fornecendo meios de subsistência para pelo menos 500 milhões de pessoas em todo o mundo”, explicou Letícia Carvalho, do PNUMA. “Infelizmente, ao mesmo tempo, eles também são o ecossistema mais vulnerável às mudanças climáticas em todo o mundo”. A toxicidade crônica do óleo afeta a reprodução, o crescimento e o comportamento e desenvolvimento dos corais. Para piorar, o vazamento aconteceu exatamente na época do ano em que os corais se reproduzem.

Já o Energy Voice assinalou que esse vazamento – não tanto pelo volume de óleo derramado, mas sim pelo local em que isso aconteceu – vai redobrar a pressão tanto sobre a indústria fóssil quanto as empresas de transporte marítimo sobre os riscos do uso e do armazenamento de petróleo para o meio ambiente marinho, forçando os setores a acelerarem a transição para alternativas energéticas mais limpas.

 

ClimaInfo, 25 de agosto de 2020.

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