Governo britânico ameaça classificar Extinction Rebellion como “grupo criminoso”

Exctinction Rebellion contra imprensa

Os ativistas do movimento climático Extinction Rebellion realizaram na 6ª feira (4/9) uma ação contra alguns jornais impressos no Reino Unido, obstruindo a passagem de caminhões que levavam exemplares de uma gráfica nos arredores de Londres para as bancas.

Publicações do magnata (e notório negacionista da crise climática) Rupert Murdoch foram os principais alvos da ação, como The Sun e The Times. Outros veículos, como Daily Mail, Daily Telegraph e Financial Times, também foram prejudicados pela obstrução. Mais de 70 pessoas foram presas.

“A cobertura feita por muitos desses jornais está poluindo o debate nacional sobre mudança do clima, política migratória, direitos e tratamento de grupos minoritários, entre outras dezenas de questões”, afirmou o grupo em nota.

A ação foi criticada pelo primeiro-ministro Boris Johnson, que acusou os ativistas de atentarem contra a liberdade de imprensa e de expressão. “É completamente inaceitável que se tente limitar o acesso público às notícias desse jeito”, disse. De acordo com o The Guardian, o governo britânico estuda considerar o Extinction Rebellion como um grupo criminoso, para que a polícia possa agir com mais força contra os manifestantes.

Os jornais britânicos em geral também rejeitaram a ação. Para o Independent, “calar opiniões nunca é uma boa maneira para convencer as pessoas”. O Daily Mail destacou o radicalismo do Extinction Rebellion, apontando que o movimento pode estar surtindo o efeito contrário àquele desejado pelo grupo. No The Guardian, Kenan Malik disse que “existe uma diferença entre protestar contra injustiça e coagir pessoas a acreditarem naquilo que você crê e agirem da forma que você quer”.

 

ClimaInfo, 8 de setembro 2020.

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