A Reuters destacou os planos da gigante petroleira Shell para conseguir levantar recursos para viabilizar a transição energética de seus negócios para fontes renováveis: reduzir em até 40% os custos da produção de óleo e gás, sua principal operação, por meio de cortes operacionais e de investimentos em novos projetos. A Shell está restringindo novos empreendimentos de exploração de petróleo, concentrando-se em regiões tidas como chave, como o Golfo do México, a Nigéria e o Mar do Norte. Os cortes deverão atingir também o setor de distribuição, o que deve afetar a rede de 45 mil postos de abastecimento da empresa, a maior do mundo.
O esforço da Shell se insere em um movimento maior entre as petroleiras europeias, que buscam avançar com planos e compromissos climáticos para viabilizar a sobrevivência das empresas em um cenário em que os combustíveis fósseis perdem atratividade econômica e tecnológica, em favor de fontes renováveis de energia. No entanto, como bem apontou o The New York Times, as companhias de petróleo nos EUA seguem fazendo cara de paisagem para a crise climática e apostando pesado em novos projetos fósseis.
Em tempo: A General Electric anunciou que pretende interromper o fornecimento de novos equipamentos para usinas termelétricas a carvão nos próximos anos. A mudança pode incluir a venda de ativos, fechamentos de unidades e alterações na gestão e operação da companhia. De acordo com a GE, a decisão permitirá se concentrar em negócios de geração de energia que tenham “uma economia atraente e uma trajetória de crescimento”. O anúncio é mais um baque para o setor carvoeiro, bastante afetado pela pandemia e pelo barateamento tecnológico de fontes energéticas mais limpas, como eólica e solar. Bloomberg e CNN repercutiram essa notícia.
ClimaInfo, 22 de setembro 2020.
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