Estudo identifica impactos da poluição atmosférica em árvores no Ártico

árvores Ártico

Uma equipe internacional de pesquisadores, liderados pela Universidade de Cambridge (Reino Unido), analisou a concentração de poluentes nos troncos de árvores vivas e mortas na região de Norilsk, no Ártico siberiano russo, e descobriu que a exposição dessa vegetação à poluição decorrente de mineração prejudicou consideravelmente sua capacidade de sobrevivência, acelerando sua morte.

Norilsk é um dos lugares mais poluídos do mundo. Desde os anos 1930, a mineração intensiva de níquel e cobre, combinada com regulações ambientais frágeis, resultou em níveis gritantes de poluição. Pesquisas anteriores já indicavam a relação entre a concentração maior de poluentes e a degradação dos bosques boreais da região. Este novo estudo encontrou indícios de uma relação entre poluição e o desenvolvimento das árvores, particularmente o alargamento dos troncos, e concluiu que além de piorar a qualidade ambiental dessas florestas, a capacidade de absorção de carbono por parte das árvores expostas à poluição industrial diminui bastante. Esses impactos estão sendo percebidos não apenas no entorno de Norilsk, mas também em áreas verdes mais ao norte, que acabam recebendo poluentes por causa da circulação do ar no Ártico. O estudo foi publicado pela revista Ecology Letters.

Em tempo: Pesquisadores norte-americanos identificaram em imagens de satélite que o aquecimento no Ártico nas últimas décadas está causando o “esverdeamento” da região. De acordo com a pesquisa, entre 1985 e 2016, a cobertura verde cresceu 38% no Ártico, como resultado direto da elevação das temperaturas nesse período.

 

ClimaInfo, 29 de setembro 2020.

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