Índia: faltaram interessados em leilão de carvão

Índia carvão

O governo da Índia não recebeu propostas para 15 das 38 minas leiloadas nesta semana, parte do plano para incentivar a exploração de carvão por empresas privadas no país. Das 23 áreas que receberam proposta, três atraíram a atenção de apenas um proponente. Para a Reuters, este resultado reflete a desconfiança crescente dos investidores com um setor cada vez menos atrativo e com ativos cada vez mais arriscados ao encalhe.

Do outro lado da fronteira, na China, a situação é diferente. Pequim tem priorizado o carvão como combustível para impulsionar a retomada econômica do país após a pandemia. Nem mesmo o anúncio feito pelo presidente Xi Jinping no mês passado, em que se comprometeu com a neutralidade das emissões de carbono até 2060, diminuiu o apetite da China para esse combustível. De acordo com a Bloomberg, as empresas carvoeiras do país também não parecem preocupadas com efeitos negativos desse anúncio para seus negócios. Para elas, os próximos anos devem seguir “business as usual” para o setor.

Em tempo: O vai-e-vem da Polônia com relação ao carvão causa dúvidas e desconfianças na União Europeia. Ao mesmo tempo em que o governo se comprometeu com a desativação gradual de minas de carvão nas próximas duas décadas, Varsóvia pressiona a Comissão Europeia a aprovar mais ajuda pública para essas minas, afetadas diretamente pelo baque econômico causado pela pandemia. Deutsche Welle sumarizou boa parte das frustrações de ambientalistas e lideranças europeias com esses sinais trocados da Polônia.

 

ClimaInfo, 2 de outubro 2020.

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