Califórnia testemunha seu 1º “gigaincêndio” da história

Califórnia gigaincêndio

Depois de 50 dias em chamas, uma extensa área no norte da Califórnia (EUA) registrou na última 2ª feira uma marca histórica: com mais de 405 mil hectares queimados, as autoridades norte-americanas subiram o nível de classificação desse incêndio de “megafogo” para “gigafogo”, o 1º da história. Esse foco queima desde agosto, quando uma tempestade de raios incendiou a vegetação ressecada, facilitando a proliferação do fogo na região. No total, pelo menos 1,6 milhão de hectares foram carbonizados na costa oeste dos EUA neste ano. Como o Guardian ressaltou, não há sinais de que o fogo diminuirá no curto prazo. As temperaturas seguem altas na costa oeste e a falta de chuvas facilita a proliferação das chamas na vegetação.

Enquanto o fogo consome a Califórnia, Donald Trump segue seu script negacionista – agora, não apenas da crise climática, mas também da gravidade da pandemia, como bem destacou The New York Times. A Casa Branca está atrasando os trabalhos para a formulação de um novo relatório científico sobre a crise climática, ameaçando inviabilizar o trabalho. Em 2018, Trump tentou impedir a publicação da versão anterior deste documento e somente o divulgou um dia depois do feriado do Dia de Ação de Graças para evitar publicidade. HuffPost deu mais detalhes sobre isso. Em compensação, outro relatório oficial do governo norte-americano, formulado e apresentado pelo departamento de energia, defende o petróleo e o gás natural como soluções para a segurança energética e a “qualidade de vida” dos EUA, ignorando o risco que a queima desses combustíveis pode causar ao clima global.

 

ClimaInfo, 8 de outubro 2020.

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