EUA: petroleiras tentam se aproximar de Biden

EUA petroleiras Biden

A perspectiva de uma vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de novembro está fazendo com que duas das maiores empresas de energia nos EUA, Chevron e ExxonMobil, se aproximem de representantes e candidatos do Partido Democrata, inclusive com doações de campanha.

A Reuters destacou as informações de um levantamento feito pelo Center for Responsible Politics (CRP), que analisou o fluxo de doações de campanha dessas empresas em 2020 e o comparou com o de 2016. A Chevron aumentou ligeiramente a ajuda oferecida a candidatos democratas (de 26% para 28%), mas a ExxonMobil foi mais contundente nesse movimento, aumentando suas contribuições de 32,6% nas eleições passadas para 41% neste ano. A reportagem associa o maior apoio a candidatos democratas com uma batalha que se prenuncia na política energética dos EUA caso Biden vença: eventuais restrições e até mesmo a proibição do fracking, defendida por grupos de esquerda no partido favoráveis ao Green New Deal.

No geral, a grande maioria (85%) das doações da indústria petroleira foi direcionada às campanhas de Trump e de candidatos republicanos, aliados políticos do setor e negacionistas da crise climática.

Em tempo 1: O Guardian trouxe a história do Sunrise Movement, um coletivo de justiça climática nos EUA composto majoritariamente por jovens, muitos deles ainda sem idade para poder votar. Nessas eleições, um dos principais esforços do grupo tem sido a realização de ações públicas de naming-and-shaming, constrangendo candidatos com plataformas eleitorais que ignoram ou relativizam a crise climática durante eventos de campanha. “Mesmo que não possamos votar, podemos aparecer na rua para acordar os políticos. É o nosso futuro que está em jogo, não o deles”, disse Abby DiNarco, de 17 anos.

Em tempo 2: A BBC sintetizou o que está em jogo nas eleições norte-americanas no que diz respeito à mudança do clima. Cientistas alertam que mais quatro anos do negacionismo de Trump podem tornar impossível a luta contra a crise climática. Uma vitória de Biden, ainda que insuficiente, pode dar um fôlego extra para que os EUA (e o resto do mundo) possam correr para recuperar o tempo perdido.

 

ClimaInfo, 19 de outubro 2020.

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