Com saída dos EUA do Acordo de Paris, Europa e China se movimentam no tabuleiro climático

19 de outubro de 2020

Faltando duas semanas para a formalização da saída dos EUA do Acordo de Paris, os governos da China e da União Europeia estão se organizando para tentar ocupar o vácuo de liderança que poderá ser deixado por Washington dentro das discussões internacionais sobre clima. O South China Morning Post destacou os anúncios recentes de Xi Jinping sobre a meta de neutralizar as emissões de carbono do país até 2060, bem como as negociações intensas da UE para redefinir um corte mais ambicioso de reduções de emissões para o bloco em 2030. Segundo a reportagem, esses movimentos sugerem um alinhamento entre chineses e europeus à espera do resultado da eleição presidencial nos EUA: se Trump seguir na Casa Branca, os indícios apontam para uma nova aliança geopolítica para manter a ação contra a mudança do clima em pé mesmo sem o governo norte-americano.

Já o portal Climate Home ressaltou a mensagem de um folheto informativo publicado pelo ministério do exterior chinês com críticas pesadas aos EUA, acusado de serem um país “quebrador de consensos e criador de problemas” e de ter “minado seriamente a governança climática global” ao não ratificar o Protocolo de Quioto e abandonar o Acordo de Paris. O teor é incomum para a diplomacia chinesa e mostra que, caso Trump siga no poder nos EUA, o relacionamento entre os dois países seguirá tenso.

Em tempo: Mais da metade das emissões globais de carbono são geradas por EUA, China e União Europeia. Não à toa, eles têm protagonizado o debate internacional sobre clima, mas a situação hoje é tão complexa que não há como efetivamente enfrentarmos a crise climática sem lidar com o outro lado da pizza das emissões – o resto do mundo. A Foreign Policy publicou uma análise interessante sobre o futuro do jogo geopolítico do clima, destacando o papel das economias emergentes, como o Brasil, especialmente depois do anúncio chinês sobre neutralidade do carbono até 2060.

 

ClimaInfo, 20 de outubro 2020.

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