Sociedade civil brasileira cobra providências da ONU contra espionagem da ABIN na COP25

30 de outubro de 2020

Um grupo de 90 organizações da sociedade civil e 72 parlamentares brasileiros submeteu ontem (29/10) uma carta à secretária-executiva da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Patricia Espinosa, cobrando providências sobre a participação de representantes da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) na Conferência do Clima de Madri (COP25), realizada em dezembro de 2019. No começo do mês, o Estadão revelou que os “arapongas” da ABIN monitoraram as atividades de ambientalistas e diplomatas do país na COP25, em especial o espaço do Brazil Climate Action Hub, montado por organizações brasileiras no espaço oficial do encontro. Na semana passada, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, reconheceu que a presença da ABIN na capital espanhola teve como objetivo espionar os “maus brasileiros”.

“A decisão de um Estado de espionar seus delegados por qualquer razão que seja é extremamente preocupante. Viola a segurança e a proteção dos delegados nas instalações da ONU. Compromete a privacidade, a liberdade de pensamento e expressão, e a imunidade consagrada na Carta da ONU. Também viola o código de conduta das reuniões da convenção, que expressamente proíbe o assédio. É antiético e inaceitável”, afirma o documento. O Estadão também destacou a manifestação das entidades ambientalistas na ONU.

Em tempo 1: O recado não podia ser mais claro. Ao Valor, a diretora de ação climática da Comissão Europeia, Yvon Slingenberg, declarou que a nova meta que o Brasil precisa apresentar no âmbito do Acordo de Paris será um indicador importante da disposição do país em apoiar o avanço da ratificação do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. “Qualquer sinal que vier do Brasil em termos de aumentar a ambição e como planeja implementar isso, melhor será”, disse.

Em tempo 2: Enquanto o governo federal segue calado sobre a possibilidade de aumentar a ambição de suas ações climáticas, governadores de 12 estados brasileiros se uniram para criar uma aliança subnacional de enfrentamento à crise climática. Em documento assinado ontem (29/10), os governadores reafirmaram o compromisso com o Acordo de Paris e reforçaram a importância do combate às queimadas e ao desmatamento para que a ação climática avance no Brasil. Daniela Chiaretti deu mais detalhes sobre isso no Valor.

 

ClimaInfo, 30 de outubro 2020.

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