Até agora, o jogo da diplomacia climática era conduzido por uma mentalidade que, em futebol, seria chamada de retranqueira, onde um empate em zero a zero é um bom resultado. Embora todos soubessem que sem uma transição profunda nas economias, o aquecimento global passaria fácil do limite de 2°C tão comemorado em Paris.
Camila Cavendish, no Financial Times, acha que o jogo está mudando. O movimento da União Europeia em direção à meta de zerar suas emissões líquidas até 2050 parece ter aberto a porteira.
Em setembro, a China assumiu um compromisso parecido. Em seguida, Japão e Coreia do Sul fizeram o mesmo, com nuances entre um e outro. Ou seja, ⅔ da economia mundial decidiu encarar o problema de frente.
Cavendish argumenta que os EUA de Joe Biden podem se mover, embora lentamente, na mesma direção e se mostra otimista quanto à posição do governo britânico de Boris Johnson. O governo Biden poupa “Johnson de ter que triangular entre a resistência de Trump e um mundo que precisa de uma liderança ambiental”. E abre caminho para que o Reino Unido pós-Brexit volte a fazer parte da liderança.
ClimaInfo, 16 de novembro 2020.
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