As grandes petroleiras veem seus postos de combustível como uma oportunidade de ouro para recarregar as baterias dos veículos elétricos. Segundo a Reuters, o ouro virá mais das lojas de conveniência que deverão ver a clientela aumentar. Afinal, encher o tanque leva poucos minutos, já carregar baterias pode levar vários. Além de sair bem na foto de sustentabilidade.
Também do mundo dos elétricos vem a notícia da continuidade da queda do custo de fabricação das baterias veiculares: o custo do kWh era de US$ 280 em 2014, caiu a menos da metade (US$ 120) no ano passado e está fechando este ano a US$ 110. Analistas dizem que neste valor começa a competição a sério com os motores de combustão interna. A barreira mágica para a indústria acontecerá quando o custo baixar dos US$ 100.
Os sinais positivos se refletem no valor das empresas da cadeia das baterias. Segundo o Financial Times, a Albemarle, a maior produtora de sais de lítio, matéria prima da bateria mais popular e barata, viu suas ações subirem 66% nos últimos 3 meses e a mineradora australiana Pilbara dobrou de valor no mesmo período.
Em tempo 1: Enquanto os elétricos ficam cada vez mais competitivos contra a gasolina, no mundo do diesel, as coisas andam mais devagar. Trocar a eficiência do diesel em termos de potência, espaço e peso por baterias ainda é um desafio. Enquanto isso, uma matéria do New York Times diz que o diesel renovável está ganhando espaço nos EUA. Diferente do biodiesel que requer ser misturado com o diesel fóssil, o diesel renovável deve ser usado no lugar do fóssil. A produção do renovável trilha uma rota química diferente da do biodiesel, embora os dois possam partir da mesma matéria prima – óleos vegetais, óleo de cozinha usado e gordura animal. Segundo a matéria, dispensando a mistura com o fóssil, as emissões ao longo do ciclo de vida do diesel renovável ficariam entre 20% e 50% das do diesel fóssil.
Em tempo 2: Japão anunciou que está estudando de juntar aos países que marcaram data para proibir venda de novos veículos a combustão. Os japoneses estão mirando fechar esta porteira em meados da próxima década.
Em tempo 3: A OPEP+ (o + é por conta da Rússia) decidiu aumentar um pouco a produção atual e, mesmo assim, ficar 7% menor do que a demanda logo antes de estourar a pandemia. Com esse sinal positivo, o preço do barril passou dos US$ 48, o maior valor desde março. Segundo a World Oil, “o futuro de todo o setor energético, desde superpetroleiras como a Exxon a produtores de xisto do Texas, e países dependentes de reservas de petróleo como o Brasil e o Cazaquistão, será influenciado pelas decisões da OPEP+.”
ClimaInfo, 4 de dezembro 2020.
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