Problemas em projetos de compensação de emissões via conservação florestal prejudicam áreas mais vulneráveis 

conservação florestal

Com as demandas de consumidores e investidores por ações de redução das emissões de carbono, um dos caminhos mais utilizados por gigantes como Disney, JPMorgan e BlackRock tem sido a compensação de suas emissões por meio de compra de créditos de carbono gerados por projetos de conservação e recuperação florestais. Assim, ao financiar a preservação florestal de áreas vastas, essas empresas podem compensar sua pegada de carbono. O problema é que, em alguns casos, o dinheiro não está indo para a proteção de áreas sob risco – mas sim para florestas preservadas que não sofrem nenhuma ameaça imediata de destruição.

A Bloomberg fez uma reportagem especial destrinchando esses problemas, destacando em particular a distorção que essa situação causa, já que as empresas continuam emitindo e declarando que a compra de créditos de carbono serve para evitar que florestas virem fumaça. Floresta não ameaçada de desmatamento ou queimada não deveria gerar créditos de carbono. A matéria aponta casos em que isso está acontecendo, mesmo quando todos os envolvidos são bem intencionados. Enquanto isso, áreas florestais sob risco de desmatamento e degradação seguem desguarnecidas e vulneráveis – e essa distorção está dificultando ainda mais que o dinheiro desses projetos chegue efetivamente a elas. Não à toa, as certificações desses projetos têm sido cada vez mais exigentes.

 

ClimaInfo, 10 de dezembro 2020.

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