Ilhas do Pacífico pedem mais apoio e ação da Austrália pelo clima

Ilhas do Pacífico

A exemplo de Bolsonaro, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, também não foi convidado para a Cúpula da Ambição Climática do final de semana, já que a ambição dos compromissos do país é igualmente ruim. Sem espaço no encontro da ONU, Morrison aproveitou uma reunião do Fórum das Ilhas do Pacífico para afirmar que o país caminha para neutralizar suas emissões, para assombro dos pequenos vizinhos insulares.

Frank Bainimarama, primeiro-ministro de Fiji e uma das vozes mais importantes nas negociações climáticas, disse que não aceita que seus compatriotas de Fiji e irmãos e irmãs das Ilhas do Pacífico sejam usados como canários a serem sacrificados por países queimadores de carvão e por empresas de alta emissão. A Austrália é um dos maiores produtores de carvão do mundo. Bainimarama acrescentou que costuma dizer que todas as nações estão na mesma canoa e que esta canoa coletiva está fazendo água. E que são poucas as nações tentando tapar os furos.

Os trabalhistas australianos, opositores de Morrison, disseram que na toada prometida, levará quase 150 anos para a Austrália neutralizar suas emissões. A Isto É falou sobre o drama das Ilhas. Também vale ver as matérias de The Guardian, Reuters, SMH e Bloomberg.

Para explicar pelo que as populações das ilhas já estão passando, Caleb Pollard, presidente da rede de Estudantes das Ilhas do Pacífico lutando contra a Mudança Climática, escreveu no Medium contando, dentre outras, da erosão costeira severa, do branqueamento dos recifes de corais e da redução da disponibilidade de água fresca. Isso e mais os impactos dos ciclones maiores e mais frequentes nos últimos 5 anos. Caleb propôs que o mundo passe a tratar a crise climática como uma questão de Direitos Humanos, com tudo que acordos internacionais e legislações nacionais contém para protegê-los. Ele entende que uma manifestação da Corte Internacional de Justiça seria um primeiro passo para integrar as leis internacionais de Direitos Humanos com as de mudança do clima.

 

ClimaInfo, 14 de dezembro 2020.

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